sexta-feira, 17 de maio de 2019

Refutação do conceito de coisa-em-si kantiano



Como um empirista clássico, para mim a racionalidade e a lógica sempre está na sintetização a posteriori das informações, símbolos, percepções ou imagens captadas pelos sentidos.

Portanto, o racionalismo e idealismo existem e também são importantes, mas são a última etapa do desenvolvimento intelectivo humano, são sempre dependentes dos sentidos e do empirismo, sem os quais qualquer idealismo é vazio, contraditório ou impossível.

O conceito de coisa-em-si kantiano por exemplo, além de vazio por negar todo fenômeno real é ao mesmo tempo auto refutatório, pois se a coisa em si é definida como negação de todas as coisas sensíveis, a linguagem e os conceitos de linguaguem também são sensíveis e empíricos, portanto Kant não poderia usar nenhuma palavra ou conceito (que somente pode ser lido e entendido por ser percebido empiricamente) para representar a absoluta negação/oposição imaterial ou absolutamente transcendental da realidade.

Ademais, se Kant define coisa-em-si como algo absolutamente incognoscível, jamais ele poderia definir esse conceito como negação / oposição de toda realidade, pois somente podemos construir definições sobre fenômenos ou coisas que conhecemos e não sobre aquilo do qual negamos conhecer absolutamente.

Se Kant define coisa-em-si como absolutamente incognoscível para todos seres racionais, então no mínimo Kant deveria conhecer esse ente ou realidade absolutamente incognoscível, para poder defini-lo, o que auto contradiz a própria definição que ele deu de coisa-em-si (absolutamente incognoscível).

Ou seja, para ser verdadeira e válida a definição da coisa-em-si precisaria contradizer e refutar a si mesma.


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