terça-feira, 5 de junho de 2018

Demonstração dos 4 princípios fundamentais da lógica

A lógica clássica, que embasou todos os sistemas lógicos modernos é constituída de 4 princípios estruturantes de todo pensamento humano e consequentemente da realidade.

Para dar uma demonstração clara desses princípios, basta imaginarmos várias situações que dão conta de clarificá - los.

O 1 ° pilar da lógica é o princípio da não contradição, que nos diz que uma afirmação não pode ser verdadeira e falsa simultaneamente.

Demonstrações:

Tentem conceber uma porta aberta e fechada ao mesmo tempo na sua imaginação.

É possível essa situação ser concebida?

Se não somos capazes sequer de conceber uma ação, então essa ação é absolutamente impossível de acontecer na nossa realidade, sendo portanto impossível.

Nem tudo que é imaginável é real e verdadeiro, por exemplo, podemos imaginar um centauro (metade homem metade cavalo) na realidade, embora esse ser não exista na realidade. Mas ao contrário dessa primeira máxima, tudo aquilo que é inimaginável ou inconcebível em nossa mente é absolutamente impossível de ser real, de acontecer e consequentemente de ser verdadeiro na nossa realidade.

As leis da lógica são como fundamentos da realidade que regram o pensamento racional humano, pois a filosofia surge exatamente para questionar o pensamento mágico e mítico dos povos antigos e a lógica é a ferramenta de eliminação dialética-racional dos dogmas, contos e mitos por excelência.

Outros exemplos de aplicação do princípio da não - contradição são estados corpóreos substanciais do ser, como um ser qualquer não poder estar em repouso e em movimento simultaneamente, uma mesma pessoa ser criminosa e inocente em relação à um crime específico( exemplo: ser o assassino e não ser o assassino do mesmo crime do qual é acusado) e assim podemos citar muitos outros exemplos.

Agora precisamos diferenciar os estados acidentais do ser, nesses casos é possível o ser ter 2 estados simultaneamente, desde que não sejam características substanciais, mas sim acidentais(que não envolvem as características essenciais ou unívonas a todos seres materiais) como estar de pé e estar vestido simultaneamente, estar com o cabelo solto e molhado simultaneamente e assim por diante.

O 2° pilar da lógica é a lei do 3° excluído, que é um complemento deduzido do 1° princípio da não contradição.

Demonstrações:

Tentem conceber uma porta que não esteja nem aberta e nem fechada na imaginação.

Tentem conceber um corpo que não esteja nem em repouso (parado) e nem em movimento(se deslocando) no nosso mundo real.

Conseguiram?

Porém aqui também precisamos diferenciar os estados substanciais dos acidentais, como exemplo podemos ter que um corpo pode não estar nem sentado e nem deitado, mas sim em pé, pois as posições são situações momentâneas e acidentais dos seres e não estados essenciais e inerentes a natureza dos mesmos, aos quais aristotelicamente denominamos estados substanciais.

Essa é a 2° lei lógica fundamental que deve reger todos nossos argumentos, raciocínios, conclusões e julgamentos.

O 3° pilar da lógica é o princípio da indentidade dos indiscerníveis. Segundo essa lei do pensamento racional rigoroso, claro e sólido, todo ser é igual a si mesmo, dado A + A = A.

Temos vários exemplos de aplicação do princípio da indentidade, como 2 seres finitos acasalar e dar origem a um terceiro ser - filho, também finito como seus progenitores, um casal de sapos somente podem originar outros sapos e assim por diante.

Demonstrações:

Conseguem imaginar um casal de sapos que geram um cavalo como filho ou um casal de seres humanos gerar um cachorro?

Ou melhor ainda, conseguem conceber um casal de seres humanos destrutíveis, finitos e mortais dar origem a um filho infinito, eterno, imortal, invelhecível e absoluto ?

Pois, como diz a máxima lógica que elaboramos, nem tudo que é imaginável  é real e verdadeiro, mas aquilo que é incobível em imaginação é absolutamente impossível de acontecer na nossa realidade.

E finalmente vamos para o 4° e último fundamento da lógica, que é o princípio da bi-valência.

Esse princípio sustenta que para toda afirmação ou negação, a verdade sempre aparece como fundamento absolutamente necessário.

Demonstrações:

Conseguem conceber alguma oração considerada falsa ou verdadeira que não seja verdadeira?

Quando negamos uma proposição também estamos afirmando uma verdade, como exemplos podemos citar:

" O sujeito não cometeu o crime".

Essa frase é verdadeira, mesmo sendo negativa, pois é verdade que fulano não cometeu o crime.

E se ele tivesse cometido o crime a afirmação seria do mesmo modo verdadeira, com a diferença que seria uma oração positiva.

E mesmo que tentássemos negar a oração acima negativa, a saber, " O sujeito não cometeu o crime", a negação da negação(dupla negação) também seria uma verdade, e se negássemos a negação da negação da negação, no final a verdade seria mantida a todo custo e assim infinitamente a verdade se mantém como fundamento absoluto de toda oração, seja positiva ou negativa.











Nenhum comentário:

Postar um comentário