quinta-feira, 22 de junho de 2017

Paradoxos da condenação eterna

Imaginemos uma situação em que uma pessoa assassina a outra. Levando se em conta que o cristianismo é verdadeiro, que existe Deus e o céu com toda perfeição divina, com o bem e a paz absolutos, e considerando ainda que essa pessoa que foi assassinada pela outra salvou - se e subiu aos céus, pois não roubou, não matou e nem cometeu nenhum pecado grave aqui na terra, ao passo que seu assassino é mal, cometeu vários pecados graves, mas continua vivendo na terra, sendo condenado pela justiça, vai para cadeia cumprir sua pena, lá apanha e humilhado, depois de muitos anos de cumprimento de pena sai da cadeia e vive muitos anos até a velhice, quando descobre que tem um câncer, começa um tratamento e inicia a sua luta contra a morte, agonizando a cada dia, sofrendo de todas as dores e males do câncer ate a agonia final da morte.
Nesses anos todos em prazer, felicidade, sofrimento e dor na terra, a pessoa que ele matou já esta la no céu desfrutando da eternidade e perfeição divina, não sente mais nada de dor, mais somente alegria e felicidade, a sua agonia da morte foi bem mais rápida e menos dolorosa que a do assassino que sofreu até a ultima gota de respiração lutando contra a doença.
Portanto, o assassinado já teve uma vantagem temporal e finita em relação ao seu assassino, pois ele foi mais rápido para a perfeição e eternidade, sofrendo apenas alguns segundos ou minutos para morrer, ao passo que a agonia e vida imperfeita do assassino foi bem mais longa aqui na terra, levou décadas para se livrar do corpo e anos da agonia do câncer. Logo seria paradoxal(contraditório, absurdo) Deus condenar a danação eterna ou inferno eterno uma pessoa com base nos crimes que ele cometeu na terra nessa vida finita e imperfeita, pois o sujeito já pagou pelo crime que cometeu aqui na terra com uma longa vida dolorosa e de sofrimento, ao passo que o cara que ele assassinou foi para o céu rapidamente se libertando do corpo com a ajuda do crime do assassino.

Um outro paradoxo da danação eterna deduzido dessa situação, seria Deus condenar ao inferno por toda eternidade a alma de alguém com base nos crimes finitos que ele teria cometido na terra, pois Deus estaria aplicando um castigo eterno como pena para um crime finito e não eterno, pois se uma pessoa mata a outra, essa tem uma alma eterna que subsiste a morte do corpo, não sendo de verdade prejudicada, mas ao contrário, perderia apenas o corpo e teria sua alma libertada para viver no céu de eterna alegria, paz, perfeição e bondade junto de Deus e das perfeitas almas que la já estão totalmente libertas do fardo do corpo finito, mortal e corruptível da face da terra. 

Logo Deus não pode julgar uma alma para ser condenada por toda eternidade com base em crimes finitos e não eternos que teria cometido na terra, pois seria uma desproporcionalidade e monstruosidade total aplicar uma pena eterna a um crime finito cometido na terra, e se Deus julga de maneira desproporcional não é justo e nem racional, e se não é justo e nem racional em seu julgamento não seria bom e portanto não seria Deus, mas sim mal e imperfeito. 

Logo resula como dedução desse paradoxo que, ou o Deus Cristão não existe ou então a ideia de condenação eterna é falsa por não ser condizente com a perfeição divina.

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